Minas Gerais foi pioneira em iniciativas que visam à humanização do sistema prisional. Até o final de 2014, o Estado contava com 33 unidades de Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), consideradas pela CPI do Sistema Carcerário no Brasil, em 2008, como a melhor experiência do país.
O primeiro presídio exclusivo para gestantes privadas de liberdade também foi implantado pelo Governo de Minas. Localizado em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade é uma unidade exclusiva para mulheres grávidas e seus bebês. Após o nascimento, os bebês podiam ficar juntos com as mães até o primeiro ano de vida.

A experiência permitia o fortalecimento dos vínculos entre a mãe e a criança, o que se transformava em importante fator para evitar reincidências. O local não possuía grades e os alojamentos eram divididos de acordo com os perfis das mães e das crianças.
Para prevenir abusos e garantir que a pena seja cumprida sem preconceitos ao estilo de vida das pessoas e com o objetivo de ressocialização, conforme defendia o Conselho Nacional de Justiça, Minas foi também o primeiro Estado do país a ter presídios com alas exclusivas para homossexuais, travestis e transexuais. As alas foram implantadas na Penitenciária Jason Albergaria, em São Joaquim de Bicas (2009), e na Penitenciária de Vespasiano. (2013).
Presos trabalhando e estudando
Em 2014, havia cerca de 13 mil detentos de presídios de Minas Gerais trabalhando em diversas atividades, que iam desde a produção de peças de tricô exportadas para centros internacionais de moda e criação de tilápias até blocos de concreto, vasos de fibra de bananeira, componentes eletrônicos e capas de chuva. As atividades eram desenvolvidas dentro e fora das unidades prisionais, em parcerias com empresas privadas e prefeituras.
Nas várias regiões do estado era possível encontrar, instaladas nas unidades prisionais, serralherias, padarias, açougues, fábricas de peças de gesso, bolas esportivas e produção de bolsas e sacolas ecológicas, dentre outros.
E, aproximadamente, 8.000 presos estudavam, em dezembro de 2014, enquanto cumpriam pena no sistema prisional mineiro. Como forma de incentivo e promoção da ressocialização, por meio do trabalho e dos estudos, os detentos conseguiam também a redução de pena, como previsto na Lei de Execução Penal.