Ao menos sete investigados na Operação Acrônimo, que tem como principal alvo Fernando Pimentel, estão empregados em órgãos e empresas do governo de Minas, com salários de até 60 mil, incluindo jetons pela participação em conselhos de estatais.
São eles: o presidente da Cemig, Mauro Borges; o assessor especial do governador, Otílio Prado; o chefe da Casa Civil Marco Antônio Rezende Teixeira; o presidente da Prodemge Paulo de Moura Ramos; o secretário-geral da Governadoria do Estado Eduardo Serrano; o assistente da diretoria da Cemig Felipe Torres e a primeira-dama Carolina Oliveira, presidente do Servas. Carolina é a única dos sete que não possui remuneração. Pimentel chegou a nomeá-la secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social para lhe conferir foro privilegiado, mas teve que exonerá-la depois que os deputados de oposição acionaram a Justiça.
Mauro Borges, presidente da Cemig – ganha R$ 60,5 mil mensais. É acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de favorecer a montadora Caoa com incentivos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em troca de propina para Pimentel.
Otílio Prado, assessor especial do governador – tem salário de R$ 16,9 mil e jeton de R$ 2,7 mil por integrar conselho na MGS. De acordo com a PGR, conta bancária da OPR (na qual Pimentel já foi sócio de Prado) foi usada para pagamento de suborno a Pimentel. Otílio Prado também tem um filho empregado no Estado.
Marco Antônio Rezende Teixeira, chefe da Casa Civil – ganha R$ 13,5 mil correspondente ao salário na CBTU (onde é servidor de carreira), acrescido de 50% da remuneração paga aos secretários (R$ 5 mil), além de três jetons na Cemig, Copasa e MGS, o que totaliza R$ 42,7 mil. Também integra o Conselho da Light, valor não informado. Teixeira era sócio da MOP Consultoria, que teria recebido repasses em favor de Pimentel.
Paulo de Moura Ramos, presidente da Prodemge – também é sócio da MOP. Pela Prodemge ganha R$ 19,7 mil como dirigente e R$ 3.500 de jeton, além de receber também jeton por sua participação no Conselho de Administração da Taesa (que gira em torno de R$ 10,6 mil mensais).
Eduardo Serrano, o “He-Man”, secretário-geral da Governadoria do Estado – ganha R$ 10.315 de salário, acrescido de jetons de R$ 7.500 na Codemig e R$ 5.200 na Gasmig. Também tem assento na Taesa, subsidiária da Cemig. E seu pai, Márcio Lúcio Serrano, é diretor de Relações e de Recursos Humanos da Cemig. He-Man é acusado de ser intermediário de Pimentel em esquema de propina paga pela Odebrecht em troca de favorecimento na Câmara de Comércio Exterior (Camex). Ele era chefe de gabinete na época em que Pimentel era ministro.
Felipe Torres, assistente da diretoria na Cemig – parente da ex-mulher de Pimentel, é sócio do petista em uma hamburgueria goumert em Piracicaba (SP), que teria recebido investimentos de propina paga pela Caoa.
Carolina Oliveira, primeira-dama, chefia o Servas (sem remuneração) – chegou a ser nomeada secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (exonerada após denúncia da oposição). É suspeita de receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações com o BNDES e de ser sócia da Pepper Comunicação Interativa, investigada por desviar recursos do governo federal.
Publicado em 29 de novembro de 2016